domingo, 31 de janeiro de 2010

Namastê Filosófico – A busca pela Verdade


“A Verdadeira filosofia zomba da Filosofia” - Blaise Pascal


Depois de ler o Livro de Simone Regazzoni, que discorria sobre toda Verdade que ele via na famosa série televisiva “Lost”, tive a intensa ideia de falar um pouquinho sobre a tal da Verdade que a Filosofia sempre buscou.


A busca pela Verdade, da verdadeira, íntima, realidade das coisas, do Autógrafo de Deus, sempre foi o fundamental prisma na qual a Filosofia se engajou.

Cabe perguntarmos: O Conhecimento da Verdade (toda) realmente é tão importante? Se respondermos que não, veremos que talvez haja uma espécie de “libertação” a partir de tal ponto.


Vamos partir então da ideia da existência de alguma essência de que poderíamos chamar ou denominar de “Eu”. Submetendo este conceito de “Eu” ao crivo da dúvida metódica clássica filosófica, ou mais precisamente, da filosofia budista, por exemplo, (para saber mais sobre Budismo, vale alguns cliques: http://www.acessoaoinsight.net/ -- http://www.dharmanet.com.br) poderemos chegar à conclusão de que não existe um “Eu” propriamente dito. O que existe, meramente, é um conceito de “Eu”.


Quando alguém, genericamente reconhece em ti algum “Você”, ou exemplificando, alguém traz algum tipo de reconhecimento a um trabalho seu, algum esforço, ou alguma gratidão a você, imediatamente você se sente congratulado ou pelo menos um pouco envaidecido. Não há mal nenhum nisso. O Reconhecimento, o ato de reconhecer ou ser reconhecido por algo é deveras importante. E é importante não porque reconhece algum “Eu” de que você irá se orgulhar; O que está no fundo deste filme é mais profundo. É importante, pois, reconhecer seu “trabalho”.


Reconhecer seu Esforço.
Reconhecer seu Sofrimento para a consecução de algum objetivo.
Reconhecer seu Desejo para sair do “Sofrimento”.


Reconhece assim sua Humanidade por trás de tudo isso. O “Humano” em Você. A Força da vida que te anima. Pois o que arde em você, arde em mim.


Isso tudo reconhece que a “diferença” existente entre dois indivíduos é apenas aparente. Certifica-se através de uma palavra, um gesto, que o Outro é semelhante a você. É como se uma voz falasse: “Agora te reconheço como eu mesmo.” O Reconhecimento é Transcendental.


E onde está a Verdade nisso tudo? Em tudo...


Se esquecermos a ideia de “Verdade”, iremos nos ocupar do “Aqui e Agora”. Sempre irá existir a realidade que está Além. Então apenas cuidemos de nossas plantações e colheitas, de nossos “irmãos”, de nossa casa. Isso de certa forma basta.


Reconheço o deus que há em você. Namastê!

3 comentários:

Anônimo disse...

Reconhece assim sua Humanidade por trás de tudo isso. O “Humano” em Você. A Força da vida que te anima. Pois o que arde em você, arde em mim.

Caio,

Há um tempo atrás, fiz um post no Anoitan que vou repetir agora lá no Windmills.
É qualquer coisa como "outrar" > e é de uma das pessoas que eu mais gosto de ler.

Enfim, na época, o Mob deixou um comment q eu guardei, - não sei se vc conhece:

MEDITATION 17
John Donne

No man is an island, entire of itself; every man is a piece of the continent, a part of the main; if a clod be washed away by the sea, Europe is the less, as well as if a promontory were, as well as if a manor of thy friend’s or of thine own were; any man’s death diminishes me, because I am involved in mankind, and therefore never send to know for whom the bell tolls; it tolls for thee.

Nenhum homem é uma ilha, completa em si mesma; todo homem é um pedaço do continente, uma parte da terra firme. Se um torrão de terra for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se tivesse perdido um promontório, ou perdido o solar de um teu amigo, ou o teu próprio. A morte de qualquer homem diminui a mim, porque na humanidade me encontro envolvido; por isso, nunca mandes indagar por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.

Tradução: Paulo Vizioli

Bjs

Fy

Caio disse...

bacana fy, bjs

Lipe disse...

Nossa... fiquei positivamente chocado agora. Estava indo escrever um post que passei pro papel minutos atrás, no BuscandoOSentido quando vi a atualização no seu blog e chamado pelo título vim conferir.

E eu li tudo o que se passa na minha mente nesse momento, tamanha a sincronia e concordância dos pensamentos que até estou receoso de postar e ser acusado de plágio uhauha

Venho estudando o budismo a cerca de um ano e acho que encontrei um caminho, uma guia, da qual há muito precisava.

Fiquei muito inspirado com as tuas palavras, a forma como as colocou, parabéns!

Quando puder, dê uma conferida lá no blog! Creio que o título do post será "A Importância da Fé" ou algo assim...

Ah, e um comentário quanto a:
"É como se uma voz falasse: “Agora te reconheço como eu mesmo.” O Reconhecimento é Transcendental."

Isso me lembrou muito Avatar, filme que, para mim, trata dessas questões de uma maneira especial, quando eles apresentam ao Jake o conceito de "Tsahaylu", ou "a ligação".

Lembrando também daquele cumprimento deles:
Oel ngate kameie (eu Vejo você).
E o quanto nos falta, como humanidade, a capacidade de Ver o outro.

Um forte abraço!
Namastê!