sexta-feira, 12 de março de 2010

Pela Diminuição da Jornada de Trabalho- Um Grito

Por que se fala tão pouco nisso? É um medo generalizado, ou apenas uma tortura silenciosa corrompendo as mentes?
Tanta parcimônia em se pensar sobre isso sobrevem aos meus sentidos...
E meus sentidos quase me gritam e me guiam como um oráculo que perturba por dizer a verdade. E sendo direto e objetivo, meu simples "Eu" acha que uma mudança de magnitude simples, mas eficaz, como a diminuição da jornada de trabalho, além de alocar mais empregos, faria de nós, provavelmente, seres humanos melhores.
O mundo cercou-se de configurações de trabalho, de cultura, que aprisionaram o ser humano, que aliás, gosta de uma prisãozinha que o "machuque" e o pertube.... Ou você acha que a Segunda-Feira, o Sábado ou o Domingo realmente existem ?
A Terra gira, e minha cabeça também...
Esparramo-me aqui em frente a esta beleza de computador, construído pela inteligência bem instruída da humanidade, e me pergunto: Será que não há outra versão de nós mesmos mais inteligente e criativa do que esta que está por aí e por aqui e por vir?
Quantas vezes você já pensou que não poderia ter mais tempo, para a diversão, para outros afazeres, para a família, enfim, para viver?
O trabalho é fonte de sobrevivência, de altruísmo e de prazer, porque não? Mas tudo em excesso provoca fadiga e tensão...
Na Espanha, eles fazem a "siesta", na Bahia, dizem : "Mais devagar, meu nêgo, hoje é sexta"...
A minha verdade é que trabalhamos demais. Não sobra espaço para uma vida mais saudável e criativa...
Se foi a religião, ou deus, ou algum outro capitalista por aí, que nos deixou o sábado e o domingo de lambuja, não importa... O que importa é duvidar do mundo que criaram para você e por você...


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Aos trabalhadores de verdade:

Bater o Cartão de Ponto x Vida na obra

Bati o Cartão
Às três horas meio dia
Meia-noite ainda era dia

Terremoto facilita o voto
Treme a enxada no chão
Do trabalhador sem roupa
Ser-nada, não-ladrão

Paz como vive aqui...
Visito os pobres
Por trás do vidro-fumê
Do carro empalhado em minha mente pela TV
E os pobres?
Ah
Eles suam nas ruas a carne
Que é pra você ter onde comer

Bati o cartão ao fim-do-dia
Amanhã de novo é Bom-dia!

Trancado e empregado
Não é tão bom...

Mas é como ser
um ser premiado
por poder ver e até escolher
aquilo que muitos nem sonhar
podem acreditar em crer

Posso bater o cartão a vista
E eles? A prazo, a perder de vista?

Digo aos quatro ventos;
(Ventos, pois dizemos
e ninguém ouve, acho que ouvimos cada vez menos):

Cartão de Ponto é fazer hora
Vira dois pontos em uma hora
Unir dois, três, quatro pontos
É pra poucos
Poucos irão morrer por uma Obra.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sensacional, Caio!

Muito muito bom!

. O que importa é duvidar do mundo que criaram para você e por você...

Bjs Fy