segunda-feira, 13 de julho de 2009

Religião e Linguagem

Deus.
O que essa palavra significa para você?
Para você e para muitos ela significa algo grandioso, acima do bem e do mal, e uma gama muito variada de significados, dependendo dos significantes despertados, e do que cada sujeito acredita ou atribui à Deus.
Segundo o Dicionário Brasileiro Contemporâneo de Francisco Fernandes, Deus é um Ser supremo, infinito, perfeito, criador e conservador do universo, a causa necessária de tudo o que existe; Divindade.
Assim como essa palavra específica, cada palavra da nossa língua e de outras, contém uma quantidade de significações que depende do sujeito e sua subjetividade na percepção da vida e da linguagem que sempre o circundou. Cada palavra costuma denotar ou conotar algum sentido. Denotar é mostrar, anunciar por certos sinais, significar, simbolizar. É o sentido literal de alguma coisa.
Conotação é o conjunto de caracteres compreendidos na significação de um dado termo, conceito, etc. Além do sentido referencial, literal, cada palavra remete a inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos, que são apenas sugeridos, evocando outras idéias associadas, de ordem abstrata, subjetiva.
E em se falando de religião, tudo que aparece nela na maioria das vezes tem um sentido conotativo. Toda religião e o próprio sentido de religião tem um problema sério com a linguagem. Ou porque é rebuscada e cheia de metáforas ininteligíveis para um público “leigo”, ou porque permanece uma linguagem “agridoce” onde os conceitos permitem distorções das mais variadas e escabrosas.
Isso tudo acaba por alimentar preconceitos, não simplesmente por as religiões causarem alienação nas pessoas ditas “religiosas”, mas por causa de que as religiões possam estabelecer falsos conceitos nas cabeças das pessoas.
É preciso separar o joio do trigo.
Os textos religiosos tentam apontar o “dedo” para uma realidade que é o Desconhecido, o incognoscível. E isso é difícil, senão impossível.





Crenças e sofrimentos insalubres

Minha cabeça coroada de espinhos
Meu Deus
Não é igual à Sua
Lavagem cerebral
Não faz espuma

Brilhante é a água do mar
Que iluminada pelo Sol,
Rei maior
Não carece de pompa
Nem de erguer um altar
Desta água não preciso beber
Desta água não preciso provar

Um comentário:

Aura Sacra Fames disse...

Um tema que desperta os humores coléricos, a religião, mas creio que seja possível desenvolvê-la separada da alienação por meio de um julgamneto crítico, por exemplo, o problema é que a maioria dos que tem esse tipo de atitude preconceituam a religião ou por outras razões dela não fazem parte, mas acreditar em Deus é ver a vida mais colorida.


Sim, a linguagem própria de textos religiosos, assim como jurídicos e farmacêuticos afastam a maioria dos indivíduos de um conhecimento mais atento. No concernente à religião, os sacerdotes possuem, em geral, a função, sucintamente classificada, como "tradutores", ou melhor clarificadores dos textos sagrados e é nesse ponto, portanto, que reconhece-se a alienação. Campo fértil para esse processo, pois como você afirmou não há palavras para descrever o desconhecido, por isso a imagem de Deus deve ser individual, aliada a príncipios éticos e morais, afastando-se, dessa maneira, da alienação.

Abraço
Por uma sociedade melhor!
aurasacrafames.blogspot.com